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A nova política de privacidade e diretrizes de uso do WhatsApp tem dado margem para o crescimento do eterno segundo lugar Telegram. A polêmica tomou conta das redes sociais e os dois aplicativos têm trocado farpas no Twitter.
Com o anúncio das mudanças, o aplicativo russo que tem crescido no mínimo 40% ao ano desde agosto de 2013 quando foi criado, teve a incrível marca de ser o mais baixado do mundo em janeiro deste ano, com mais de 63 milhões de downloads.
Pavel Durov, fundador do Telegram, atribui esse crescimento à consistência do aplicativo, aproveitando para provocar o concorrente, quando declara a defesa constante da privacidade de seus usuários, a qualidade e o conjunto de recursos oferecidos.
Desde que o WhatsApp anunciou a mudança na sua política de privacidade, excluindo do documento o que não permitia a troca de dados com o Facebook, seus usuários têm emplacado duras críticas à ação.
Apesar de todas as tentativas de explicações, e de na prática isso já estar ocorrendo desde 2016, o aplicativo se viu obrigado a adiar diversas vezes a implantação devido à reação negativa, o que acabou ocorrendo somente agora em 15 de maio.
Com tamanha insatisfação, o Telegram começa a ganhar terreno e conquistar novos usuários.
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Whatsapp contra Telegram
A pesquisa sobre panorama de mensagerias móveis feita pela Mobile Time e Opinion Box no Brasil, realizada entre 20 e 27 de janeiro, mostrou que apesar de estar instalado em 98% dos aparelhos, o uso diário do WhatsApp caiu de 95% para 86%.
Parece insignificante, mas foi a primeira vez que o app teve uma queda acima de 2,2% que é a margem de erro da pesquisa e a mudança de sua política é apontada como o principal fator desse resultado.
Hoje, o Telegram já está instalado em 45% dos smartphones no Brasil e embora a crise do WhatsApp tenha ajudado, esse número já vem crescendo desde seu lançamento há mais de 7 anos: em 2015 sua penetração era de 15% e em 2020 estava em 27% dos aparelhos.
Com penetração que chega a apenas metade do líder, O Telegram ainda está longe de alcançá-lo e outros fatores irão dificultar essa escalada. O WhatsApp ainda é o aplicativo que mais rouba a atenção das pessoas. Segundo a mesma pesquisa, 86% dos brasileiros abrem o aplicativo pelo menos uma vez por dia (e convenhamos, a grande maioria o acessa muito mais que isso) contra 22% do Telegram.
Além das mensagens individuais, os grupos de amigos, afinidades, família e trabalho tem participação efetiva no imenso volume de interações dos usuários pelo aplicativo de Mark Zuckerberg. A pesquisa mostrou que em média 74% dos brasileiros participam de grupos de família no WhatsApp e 57% de grupos de trabalho.
Mas apesar dos números animadores do Telegram, a empresa tem US$700 milhões em dívidas vindas do seu expoente crescimento, e para correr atrás desse prejuízo, tem estudado como atrair anunciantes para seus 550 milhões de usuários ativos no mundo.
Além da dívida, a empresa precisa crescer e desenvolver tecnologia e estrutura para continuar ganhando mercado e portanto, essa não será uma tarefa fácil.
Atualizações do Telegram
Para tornar seu negócio sustentável, o CEO Pavel Durov tem emitido aos investidores parcelas entre US$1 e US$1,5 bilhões em dívidas, dando em troca descontos nas ações caso a empresa abra capital futuramente.
Outras medidas são as vendas de anúncios nas suas mídias públicas e oferecer opções premium com tecnologia diferenciada para contas pessoais e comerciais.
Já para fidelizar e conquistar novos clientes o Telegram tem apresentado funcionalidades que tem chamado a atenção dos usuários:
- Mensagens autodestrutivas: função ativada manualmente, que permite apagar automaticamente mensagens de grupos após 24h ou 7 dias, conforme opção do usuário.
- Bate-papo: com prévia das mensagens recentes.
- Atalho: nomes personalizáveis e fotos de perfil.
- Convites grupos: opção de definir um período para que links de convites para grupos estejam ativos e possibilidade de ingresso em comunidades via código QR Code.
- Links limitados: administradores podem limitar quantos usuários podem entrar com cada link de acesso disponível.
- Grupos ilimitados: por outro lado, se um grupo atingir 200 mil membros, pode ser convertido em grupo de transmissão, com práticas ilimitadas.
Será que ainda falta muito para o Telegram emplacar como o WhatsApp? E você, já usa os dois aplicativos? Conta pra gente o que acha dessa corrida.