Perfil do consumidor: de Baby Boomers à Alphas, como se conectar com gerações tão diferentes?
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Estamos na era do consumidor como centro do negócio. Para acompanhar a velocidade das transformações sociais e do mundo digital, estudos, estratégias, tecnologias e ações correm contra o tempo para antecipar tendências e alinhar posicionamentos.

O marketing precisa estar atento e acompanhar todas as mudanças e quando falamos de comportamento, entender cada geração pode ser crucial para a sobrevivência num mercado tão competitivo.

Os jovens ainda são os que ditam tendências e inspiram tanto os mais novos quanto os mais velhos, e por isso, as gerações Y e Z são as que estão mais na mira das marcas. Em contrapartida, os com mais idade, Baby Boomers e Geração X, representam o maior poder aquisitivo, enquanto as crianças Alphas decidirão as regras no futuro. 

É importante entender que a classificação por ano abaixo apresenta-se diferente em diversos estudos, não havendo uma unanimidade. Porém, as características apresentadas para cada público são semelhantes em todos eles:

  • Geração Baby Boomers: nascidos entre 1940 e 1960 
  • Geração X: nascidos entre 1960 e 1980 
  • Geração Y (ou millennials): nascidos entre 1980 e 1995 
  • Geração Z: nascidos entre 1995 e 2010 
  • Geração Alpha: nascidos a partir de 2010 

O marketing atual entende que as separações geracionais indicam tendências que representam o grupo mas não podem ser generalizadas, pois vários fatores sociais e culturais interferem no indivíduo.

Pelo mesmo motivo, a data de nascimento não é uma fronteira estática. Por exemplo, considerando a diversidade encontrada no Brasil, alguém nascido perto dos anos 2000 pode ter o comportamento parecido com o de alguém que nasceu nos anos 80 em outra localidade e contexto social. 

E obviamente, vários comportamentos se misturam entre os que nasceram próximos, mesmo que em eras diferentes.

Vamos conhecer agora um pouco de cada geração e como sua formação impacta nas suas relações de consumo com as marcas.

BABY BOOMERS – 1940 / 1960

Vamos lembrar o que essa geração viveu através de alguns dos principais fatos culturais, sociais e econômicos desses 20 anos:

  • Período pós-guerra;
  • Corrida espacial;
  • Televisão;
  • Desenvolvimento nacional, Juscelino Kubitschek; 
  • Movimento hippie;
  • Grandes festivais;
  • Tropicália;
  • Otimismo.

Essas e outras condições moldaram uma geração com as seguintes características:

  • A TV lhes apresentou o mundo e por esse motivo é até hoje a geração que mais consome os meios tradicionais de comunicação (TV, rádio, revistas e jornais).
  • É a geração que iniciou a luta por direitos civis e políticos e por isso são considerados idealistas, combativos, disciplinados e com espírito coletivo. Foi também a geração que reivindicou a sua liberdade e o direito de ser jovem.
  • Os boomers revolucionaram e romperam com as características da geração anterior em quase todos os aspectos.

Como e por que se conectar com a terceira idade em plena era digital?

A resposta é simples: essa geração concentra a grande riqueza mundial e compõe os grupos de maior decisão ao redor do mundo, tanto socialmente, quanto economicamente e corporativamente. Ou seja, eles têm poder decisório e aquisitivo no mercado de consumo.

E apesar de não terem nascido e nem vivido a maior parte de suas vidas no ritmo que vivemos hoje, os boomers são grandes usuários de internet e sua participação digital é a que mais cresce dentre todos os grupos.

Essas pessoas são mais resistentes às mudanças e preocupadas com estabilidade, e enquanto consumidoras, são mais leais às marcas. Embora façam cada vez mais compras online, ainda priorizam as lojas físicas, o contato pessoal e não são muito adeptas de novidades.

Se seu produto ou serviço tem potencial neste público, boas dicas são investir na humanização dos contatos e facilitar o acesso à tecnologia, através de versões de site ou apps com interfaces mais simples, menos poluídas e mais intuitivas.

Segundo o IBGE, o Brasil tem mais de 30 milhões de idosos. E essa população tem envelhecido com mais saúde, mais ativa e mais participativa que as gerações anteriores.

GERAÇÃO X – 1960 / 1980

O que viveram?

  • Fim do movimento hippie;
  • Surgimento do punk, da disco e da MTV;
  • Crises econômicas mundiais;
  • Guerra fria;
  • Ditadura militar;
  • Menos otimismo;
  • Evolução tecnológica;
  • Desenvolvimento dos meios de comunicação.

Como podemos caracterizá-la?

Ao mesmo tempo que reforçaram a liberdade e o desejo de curtirem o que quiserem, também trazem dos boomers características como a necessidade de estabilidade, valor à carreira e disciplina.

É uma geração mais individualista, competitiva e mais cética em relação às autoridades, podendo explicar a grande participação como empresários, inclusive de startups (segundo a FIESP, 38% das startups brasileiras são de pessoas com mais de 45 anos).

Já frequentava lojas há muito tempo quando foi atingido pela digitalização e portanto transita bem entre os dois mundos.

Como e por que se conectar à Geração X?

Possui estabilidade financeira, profissional e poder de consumo, embora não detenha a riqueza da geração anterior.

Aproveitam suas condições com maior intensidade, são extremamente leais às marcas e estão dispostos a pagar a mais por isso. Por outro lado, não são adeptos de novidades como os mais jovens, o que traz uma de suas grandes características: o apego ao passado.

Segundo dados do Youtube, 75% dessa geração usa a plataforma para rever gravações antigas como músicas, eventos ou até comerciais, além de serem fãs de cultura pop. Se a sua marca quer se conectar com esse público, uma dica quase infalível é apostar na nostalgia.

GERAÇÃO Y OU MILLENNIALS – 1980 / 1995

O que viveram os millennials?

  • Redemocratização pós ditadura;
  • Plano Real;
  • Colapso econômico de 2008;
  • Protagonismo das startups;
  • Digitalização da informação;
  • Nascimento da internet;
  • Nascimento das redes sociais;
  • Globalização;
  • Mundo cada vez mais veloz;
  • Flexibilização da jornada de trabalho;
  • São a ponte geracional entre um mundo pré e pós-internet.

O que se tornaram?

Os millennials transformaram o mundo. Devido à aceleração e globalização digital em que nasceram, são muito mais flexíveis à mudanças e apaixonados pela inovação.

Através do volume de informações que recebem possuem uma visão muito mais global, o que os leva a mais questionamentos e necessidade de mudança. É a geração que traz a sustentabilidade à pauta, que se preocupa com o futuro do planeta e que gosta de se engajar em causas sociais.

A conexão constante com internet e redes sociais os transformaram em cidadãos globais, com mensagens que atingem muito mais pessoas além do seu círculo de amigos. Já a velocidade do mundo os transformou em imediatistas, ao mesmo tempo que fez aumentar os níveis de ansiedade dessa geração.

O volume de informações trouxe um modo de pensar mais complexo e fragmentado, trazendo um dinamismo até em sua própria identidade, em que ora são e pensam de uma forma, depois tudo muda e depois é tudo ao mesmo tempo.

Por essa geração ter sido a ruptura entre o mundo não conectado e a internet, acabaram constituindo dois grupos relevantes para estudo, os Old Millennials e os Young Millennials.

Em 2007 temos o nascimento da cultura mobile com os primeiros smartphones e em 2008 a grande crise financeira mundial, o que acabou determinando as características das duas gerações:

  • Old Millenniums: viveram a infância sem internet e receberam a tecnologia já na vida adulta. São considerados mais otimistas, colaborativos e flexíveis.
  • Young Millenniums: já nasceram conectados e conheceram o mundo sob recessão, e, portanto, tendem a ser mais realistas, questionadores e financeiramente conscientes.

Como e por que se conectar à Geração Y?

Os millennials representam a população economicamente ativa do Brasil, sendo a grande força do mercado de trabalho e de consumo.

São referência para os mais jovens e inspiração para os mais velhos, tornando a necessidade de ser jovem quase uma obsessão. Seus hábitos de consumo influenciam quase todas as demais gerações.

Foram eles que revolucionaram o marketing quando deixaram de ser impactados pelas estratégias tradicionais. São eles que decidem o que querem, como querem e quando querem. O que os influencia está na internet, em postagens nas redes sociais, reviews e fóruns online.

A paixão deles está numa experiência personalizada de consumo. Preferem as compras onlines, valorizam as entregas rápidas e são impactados pela ousadia e inovação.

A Geração Y é a precursora do engajamento social, da luta em favor do meio ambiente e da diversidade. Portanto, se sua marca quer se relacionar com esse público, precisa estar atenta a essas posturas.

Para esse público a publicidade e meios tradicionais não tem quase mais espaço. Eles querem entretenimento, aprender, conteúdos inspiradores e serem ouvidos e compreendidos pelas marcas, por isso a personalização é tão importante nessa conexão.

É uma geração que vive no mobile e portanto empresas que ainda não possuem um design responsivo ou adequação para este meio em seus conteúdos podem ficar fora do radar desse consumidor.

GERAÇÃO Z OU GENZ – 1995 / 2010

O que aconteceu à Geração Z nestes 15 anos?

  • Não conheceram o mundo sem internet;
  • É a geração nativa digital;
  • Sua formação é composta por influências digitais;
  • O mobile tornou seu mundo 100% online;
  • Nasceram num momento de prosperidade econômica no país;
  • Viveram a crise e a extrema polaridade política.

O que essas condições criaram?

Uma geração que não quer perder tempo. São ágeis, multitarefas e capazes de absorver e lidar com muitas informações ao mesmo tempo. Procuram constantemente por novas tecnologias e precisam estar o tempo todo conectados.

É a geração que dá voz às causas na web e defendem ativamente todos os movimentos ligados à proteção das minorias, como questões ligadas a gênero, raça, etnia e orientação sexual. 

São jovens com forte senso crítico o que fez da insegurança com o futuro uma de suas maiores características. Exigem compromissos reais de sustentabilidade e justiça social, e esperam posicionamento e coerência das marcas.

Assim como os millennials, sua identidade é fluída e vivem mudando de acordo com o momento e o contexto que se encontram e por isso se identificam tanto com a pluralidade.

A intensidade da vida digital também pode promover estilos de vida ilusórios, afetando a saúde mental dessa geração de forma mais preocupante que outras.

Como e por que se conectar à Geração Z?

A Geração Z está envelhecendo e em breve serão eles que assumirão o controle. As marcas que ainda não se adaptaram à geração anterior estão em grandes apuros.

Esses jovens já nasceram com um celular na mão e se a estratégia não for mobile, não haverá comunicação. Tanto para os Y quanto para os Z, o omnichannel é crucial na experiência de compra. 

Esses jovens e adolescentes valorizam transparência e autenticidade, saíram dos filtros do Instagram para as caras lavadas do TikTok sem nem pestanejar. E esperam isso das marcas que consomem. Discursos vazios sem a prática não tem vez com eles.

É uma geração impactada pelos influenciadores digitais, que precisam falar a mesma língua e terem a mesma postura transparente e autêntica.

GERAÇÃO ALPHA – 2010+

Impactos vividos desde 2010:

  • Uso da tecnologia desde o nascimento;
  • Não sabem viver desconectados;
  • Experiência offline e online são uma só;
  • Interação com inteligência artificial é natural;
  • Polaridade política;
  • Pandemia Covid 19;
  • Recessão econômica.

Hoje, temos crianças:

Que foram criadas pelas Gerações Y e Z e portanto a militância, a luta por justiça social, pelo respeito às minorias, diversidade e preservação ambiental são parte do seu dia a dia desde sempre.

Nasceram e amadurecem sob tantos estímulos que a transformação e mudanças têm menos impactos sobre elas. Sua identidade é ainda mais livre que a de seus pais e por isso as questões de gênero e identidade sexual não serão mais barreiras.

O que vai marcar essa geração é sua relação com a inteligência artificial. Totalmente inserida no mundo digital, é a geração que provavelmente vai viver a imersão da tecnologia não só na rotina do dia a dia, mas possivelmente em seu próprio corpo. Talvez sejam responsáveis pelo início das relações afetivas entre homens e máquinas.

Como e por que se conectar à Geração Alpha?

Essas crianças são a primeira da fila na mira do marketing. Embora ainda não tenham entrado no mercado de consumo, representam o futuro das relações.

As ações de marketing voltadas ao público infantil são restritas e controladas em quase todo o mundo, mas não impede que sejam pautas das reuniões que planejam o futuro do negócio.

Por enquanto não há dados concretos sobre o comportamento de consumo dessa nova geração, mas as empresas que querem se preparar para lidar com ela devem desde já desenvolver estudos e manterem-se atualizadas sobre inteligência artificial e personalização de soluções digitais.

Essa geração nasceu com uma nova mentalidade, especialmente sobre equidade, e as marcas precisarão se adequar também social e culturalmente.

Depois de conhecer um pouco sobre cada um, como tratar os pontos de convergência (ou não) no comportamento de todos esses públicos?

A convivência intergeracional tem sido motivo de debate e preocupações em diversos aspectos. Com a população idosa ativa por muito mais tempo, empresas precisam conciliar respeito e produtividade não só dentro de seus escritórios, mas também na forma com que se relacionam com seus consumidores.

  • É importante criar estratégias que atendam às expectativas de clientes nascidos em momentos tão diferentes, cultural, histórica e socialmente falando, chegando a públicos com sentimentos tão diferentes quando falamos de transformação digital.
  • É preciso investir em tecnologia para ambos os públicos, mas enquanto para os mais velhos o contato humanizado é mais valorizado, para o mais jovem, a agilidade e a personalização do atendimento que será essencial para uma experiência de compra positiva. A falta dessa diferenciação tem criado insatisfação em ambos os públicos.
  • O consumidor brasileiro, independente da idade, tem na qualidade do atendimento um fator decisivo para se fidelizar a uma marca. Pesquisas apontam que cerca de 80% das pessoas não dariam uma segunda chance se fossem mal atendidos.
  • Os canais de comunicação mais valorizados por cada geração são diferentes, sendo que os mais jovens preferem a agilidade da automação, os mais velhos o telefone e os que estão entre os dois preferem o e-mail. Daí a necessidade de praticar estratégias omnichannel capazes de, além de solucionar o problema do cliente, fazer com que essa experiência seja marcante positivamente para todos.
  • Deve-se repensar a corrida pelo atendimento exclusivo via Inteligência Artificial, e levar em consideração formas de atendimento estratégico inteligente que atenda a todos os públicos.

Vivemos hoje num ritmo frenético e talvez este artigo perca o sentido em um ano ou mais. Manter-se atualizado sobre todos os aspectos de marketing é uma missão importante e deve ser dada a especialistas. 

A Marketing Sem Frescura traz pequenas doses de sua expertise em suas publicações, mas gostaríamos de fazer muito mais pela sua empresa. Que tal uma conversa para falarmos sobre mercado e como podemos direcionar seu marketing para ações cada vez mais assertivas? Chama a gente!

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