Clique para ouvir o post
Getting your Trinity Audio player ready...

Arquétipos são impressões que as pessoas têm a respeito de algo ou alguém de forma inconsciente. A teoria dos arquétipos foi criada pelo psicoterapeuta Carl Jung e a palavra vem do grego “archein” (original) e “typos” (padrão, tipo), ou seja, é um padrão que identifica e atribui a essência e a personalidade de algo ou alguém.

E quando falamos de arquétipos de marca, podemos considerar os traços de personalidade, posicionamento, forma de se comunicar, valores e visão, entre outras características, que uma empresa constrói para a sua marca com o objetivo de humanizá-la e criar maior identidade com o público.

Quando uma marca possui esta conexão, por meio de um arquétipo bem trabalhado e comunicado, acaba se destacando em processos de compra, pois ganha pontos nos aspectos emocionais da decisão.

Por isso é uma estratégia de marketing importantíssima para se destacar da concorrência, afinal, quanto mais marcante uma personalidade, maior a chance dela ser lembrada ou reconhecida.

Os arquétipos de marca são responsáveis pela decisão de compra no Starbucks em detrimento a uma cafeteria comum, pelo sonho de rodar uma estrada americana sobre uma Harley Davidson, pela satisfação de exibir um Rolex ou bolsa Chanel e muitos outros desejos e comportamentos da sociedade de consumo, que projetam no produto muito mais do que é palpável. 

Para a construção de um arquétipo de marca é preciso unidade de comportamento, comunicação e valores para imprimir a personalidade que se deseja, passando mensagens diretas ou indiretas coerentes, que gerem credibilidade e identificação.

A estratégia de construção do arquétipo de uma marca não pode ser alimentada por ações superficiais e confusas, sem direcionamento, pois dificilmente terão o poder de imprimir a imagem desejada. E é preciso muito cuidado: a sociedade atual não compactua com hipocrisia. 

Os 12 tipos de arquétipos de marca mais comuns.

Os próprios nomes já dão uma boa ideia do perfil, mas vamos ajudar com as características de cada um e alguns exemplos:

  1. O INOCENTE

Estas marcas se propõem a uma visão mais descomplicada de um mundo onde buscam felicidade, com fé e esperança nas coisas puras e boas. São otimistas, leves e inspiradoras.

Características: pureza, simplicidade, positividade, espontaneidade, transparência.

Exemplos: Dove, Disney, Coca-Cola, Mc Donalds.

  1. O SÁBIO

As marcas com este arquétipo desejam ser fonte de conhecimento e estímulo para aprendizados, além de valorizarem a inteligência, o compartilhamento do saber e o pensar.

Características: pensar, aprender, evoluir, descobrir, acompanhar tendências. 

Exemplos: Google, TEDx, International Geographic.

  1. O HERÓI

São as marcas “fortes”, “protetoras” e “poderosas” que existem para mudar o mundo e lutar pelo que acreditam com coragem, sem medo dos desafios. Sempre há lições de superação no final de toda jornada.

Características: esforçado, corajoso, dedicado, vencedor, supera os desafios. 

Exemplos: Nike, Gatorade, Adidas.

  1. O REBELDE ou FORA DA LEI

Marcas que desejam revolucionar, quebrar barreiras e estarem à frente de seu tempo. Que questionam regras e convenções e que gostam de desafiar limites e padrões.

Características: rebelde, inquieto, contestador, revolucionário, disruptivo, inovador. 

Exemplos: Harley Davidson, Diesel, Apple.

  1. O EXPLORADOR

As marcas com espírito de aventura, que criam o desejo de liberdade, de descobrir novos mundos, de se desafiar, de acabar com o tédio e a rotina.

Características: desbravador, contra o tédio, liberdade, ambição, inquietação. 

Exemplos: Land Rover, Go Pro, Jeep, Amazon, Red Bull.

  1. O MÁGICO

Como o nome diz, envolve magia, mistério, ilusão e inovação, com ideias que buscam ser “fora da caixa”. É a marca que transforma sonhos em realidade.

Características: criatividade, mistério, ilusão, magia, liberdade, inovação, sonho. 

Exemplos: Red Bull, Mastercard, Omo.

  1. A PESSOA COMUM

A marca acessível, fácil do consumidor se identificar, que deseja fazer parte da rotina e não tem problema com o lugar comum. Deseja pertencimento sem promessas ou fórmulas mágicas.

Características: rotina, pertencimento, simplicidade, acessível, conexão, igualdade, empatia. 

Exemplos: Havaianas, GAP, Bic, Ikea.

  1. O AMANTE

É a marca que se molda às aspirações do consumidor e que se dedica a ele oferecendo produtos ou serviços para despertar emoção e prazer. A comunicação é no tom intimista e o objetivo é criar conexões emocionais.

Características: personalizado, prazer, exclusividade, intimidade, sensualidade. 

Exemplos: Dior, Calvin Klein, Victoria Secret.

  1. O COMEDIANTE / BOBO / TOLO

São as marcas bem humoradas, de bem com vida, despreocupadas e acessíveis que querem fazer sorrir. São inclusivas e agregadoras. 

Características: divertido, leve, despreocupado, engraçado, acessível, simples. 

Exemplos: Skol, M&M, Pringles, Budweiser.

  1. O CUIDADOR

A marca maternal, que cuida com carinho, que busca melhorar a vida das pessoas e que as coloca no centro deste cuidado. São os solidários e prestativos.

Características: carinho, afetividade, ajuda, apoio, proteção, generosidade. 

Exemplos: Médicos Sem Fronteira, Nestlé, Unicef, Johnson & Johnson.

  1. O CRIADOR

É artístico, criativo, original, sensível e quer ser marcante. Apresenta um mundo de muitas possibilidades e não tem medo de quebrar limites.

Características: engenhoso, criativo, transformador, inovador. 

Exemplos: Lego, Netflix, Faber Castell.

  1. O GOVERNANTE

A marca “líder” usa carisma ou mesmo autoridade no discurso que busca o controle, manter a ordem e a estabilidade. São marcas imponentes e sólidas.

Características: líder, expressivo, carismático, forte, persuasivo, comunicativo. 

Exemplos: Rolex, Mercedes-Benz, Mont Blanc, Volvo.

Para usar a estratégia de arquétipos e posicionar uma marca com maior possibilidade de se destacar não é preciso ser grande. Empresas de qualquer porte e perfil têm esse poder em mãos e para colocar em prática precisa conhecer bem seu produto/serviço, seu público, seu mercado e investir em comunicação e ações de forma adequada.

Também, é comum que uma marca se identifique com mais de um arquétipo. Por exemplo, a Apple pode ser considerada tanto como rebelde como criadora e assim acontece com outras também.

Com arquétipos definidos, a comunicação passa a ter uma linha mais coerente e propícia para a criação de laços emocionais com os consumidores, fortalecendo o branding e a lealdade do cliente.

Para encontrar o arquétipo certo para a sua marca você precisa ir além do objetivo de lucratividade e ter a intenção real de se conectar com o seu público. A partir daí a criação de uma personalidade marcante precisa passar pela transparência, autenticidade e profundidade das ações, até chegar ao clímax onde a sua marca é mais que um produto ou serviço, significando um ideal ou estilo de vida desejado pelo consumidor. 

Agora que você conhece os 12 arquétipos mais comuns, é a hora de fazer uma análise profunda sobre a sua marca, para entender os aspectos de valores e personalidade que você deseja e se propõe a assumir para se conectar mais com o seu público. A partir daí é colocar a mão na massa, agindo e comunicando o seu posicionamento.

Vamos construir isso, juntos?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *