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A chegada do novo player pode aumentar a criação dos pacotes por assinatura entre os VODs e impactar os cinemas brasileiros.
O serviço de streaming Disney+ chega no Brasil para movimentar a competitividade no mercado de VODs.
A Walt Disney Company possui grandes nomes em seu catálogo como Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic e Disney e já conta com mais de 60,5 milhões assinantes mundialmente.
A dinâmica dos streamings e cinema nacional devem mudar com a chegada deles.
O Disney+ será lançado no Brasil em novembro, no mesmo mês que completa um ano de estreia nos Estados Unidos.
Pensando na concorrência, a indústria do entretenimento já começou a divulgar seus próprios produtos de vídeo sob demanda para competir pela atenção dos consumidores, como HBO Max, Pluto TV e Peacoc, diz Aline Pardos, diretora da DCM Consulting, consultoria especializada em audiovisual, streaming e PayTV.
Hoje, a Netflix conta com cerca de 183 milhões de assinantes, ocupando o segundo lugar no ranking de streamings.
O primeiro lugar é da Prime Video, da Amazon, com mais de 150 milhões de usuários.
A Amazon oferece pacote de serviços junto com a assinatura do Prime e essa estratégia se mostrou muito eficiente, podendo ser usada por outros players também.
“Lá temos uma briga um pouco mais forte.
Daqui pra frente, as plataformas vão tentar oferecer pacotes de assinaturas por meio de bandas largas ou com parceria com outros serviços agregando os streamings com outros produtos.
Assim, a assinatura não pesa tanto no bolso da pessoa e ela não tem tanto essa sensação de fragmentação de conteúdo”, argumenta Aline.
O professor de comunicação e marketing da FAAP, Thiago Costa, acredita que a Netflix deve investir em mais propriedades intelectuais visando manter sua plataforma forte e competitiva no mercado.
“A Netflix tem a vantagem do hábito e de ser o grande precursor no conceito de streaming, mas tem que ficar ligada, procurar novas franquias e ideias o tempo todo, porque esse é o principal ponto de vantagem dos seus concorrentes.
Talvez o melhor exemplo de produção própria deles é Stranger Things, mas estão começando a fazer sucesso com adaptações de quadrinhos como The Old Guard e The Umbrella Academy“, diz.
Disney+ na concorrência nacional
Durante a pandemia do Covid-19, houve uma alta na utilização do streaming, porém a previsão é que entre o final de 2020 até o início do próximo ano, haja uma estabilidade nessa demanda.
No Brasil, geralmente os consumidores só possuem um tipo de serviço, portanto eles são mais criteriosos ao fechar contrato e o preço influencia bastante nessa decisão.
Nos Estados Unidos, a mensalidade é de U$S 6,99, porém no Brasil, o valor ainda não divulgado.
Aline acredita que é interessante para os VODs investir em pacotes de assinaturas e conteúdos locais para se destacar dos concorrentes.
Dessa maneira evita-se as assinaturas por sazonalidade, que é quando o público assina o streaming na época que a série preferida vai estrear na plataforma, mas logo após, cancela o serviço.
Devido a crise econômica causada pela pandemia, Thiago diz que a pirataria pode aumentar nesses meses de isolamento social.
Baseado na parte financeira, ele acredita que a Amazon possui mais sucesso entre o público pois o valor da mensalidade é mais acessível (R$ 9,90), além dos benefícios incluídos na assinatura.
Porém a Amazon também deve ser impactada pois, uma parte do seu catálogo vai mudar para o “plus”, como as franquias Star Wars e Marvel e os produtos infantis.
Outro ponto ainda indefinido (e mais acirrado com a chegada do Disney+), é a disputa de quem será o primeiro a exibir os grandes filmes.
Como os cinemas estão de portas fechadas, o VOD ganhou espaço para exibir os longas, como Artemis Fowl e, em 4 de setembro, Mulan.
“A vinda do Disney+ para o Brasil é bom para o consumidor.
É mais uma oferta de conteúdo. Para produtoras e distribuidoras, a entrada de mais um player também é benéfica, pois é um novo espaço para ofertar conteúdo.
O lado negativo é o impacto que isso vai trazer para os exibidores. É um mercado que já está fragilizado.
Mulan era o lançamento do ano”, descreve Malu Andrade, diretora de desenvolvimento e políticas audiovisuais da Spcine.
Para a Spcine, o serviço de streaming no âmbito cinematográfico não gera impactos significativos para a empresa, porque eles trabalham em sua maioria com filmes nacionais.
No catálogo do Spcine Play, as grandes produções são exibidos após cerca de 12 semanas da estreia, visando atender o público com menor renda.
Aline Pardos visa um crescimento de streamings esportivos no mercado, como DAZN, ainda mais com o 5G sendo cada vez mais usado no Brasil, o consumo só tende a aumentar.